PSD DENUNCIA: Dívida aos hospitais cresce €100 milhões

14 mar 2017

As dívidas do Estado na saúde pública afetam a qualidade dos cuidados médicos.

No espaço de apenas um ano, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, as dívidas em atraso aos hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) cresceram 100 milhões de euros.

Em janeiro de 2016, a execução orçamental revelava 513 milhões de euros de pagamentos em atraso, isto é, dívidas do Estado – por pagar há mais de 90 dias – por parte dos hospitais EPE.

Durante o ano anterior, o ministro da Saúde comprometeu-se várias vezes em regularizar a situação. Mas os pagamentos em atraso dos hospitais do setor empresarial do Estado foram crescendo ao longo de 2016.

Em janeiro de 2017, o montante atingiu os 613 milhões de euros, de acordo com a Direção-Geral do Orçamento, ou seja, mais 100 milhões de euros do que no período homólogo de 2016.

No início do ano, também a dívida dos hospitais públicos aumentou. A denúncia é feita pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA). Em janeiro de 2016, a dívida total à indústria farmacêutica correspondia a 696,9 milhões de euros. Em janeiro deste ano, a dívida total passou para 808 milhões de euros, um aumento de 111 milhões de euros que corresponde a mais 16%.

Já a APORMED, representante das empresas de dispositivos médicos, registava uma dívida total de 217,9 milhões de euros, em janeiro do ano passado. No mês homólogo de 2017, essa dívida subiu para 265,4 milhões de euros, o que representa um aumento de mais de 20%.

Os hospitais privados têm ainda, em atraso, o pagamento de oito milhões de euros relativos a vales cirúrgicos (emitidos até abril de 2016) de operações que as unidades públicas não conseguiram realizar.