PSD alerta que o País já devia estar preparado para responder em situação de incêndio

08 mai 2018

 

Os portugueses têm o direito de saber” os motivos que levaram ao pedido de demissão de António Paixão. Para José Matos Correia, trata-se de uma situação que “não é aceitável”. Luís Marques Guedes, por sua vez, denuncia a “opacidade relativamente a esta matéria

 

Não é aceitável que o País conheça, em 16 meses, o seu quarto comandante operacional”, disse esta terça-feira o deputado social-democrata José Matos Correia. “O que se exigia, bem pelo contrário, é que tudo estivesse pronto”, para que o Portugal possa responder em situação de incêndio, acrescentou, no dia em que o PSD exige conhecer o que motivou a demissão do comandante operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Estamos fartos das justificações de razões pessoais que, normalmente, são usadas para esconder coisas que não se quer que se saibam”, referiu o também coordenador da área da Segurança Interna e Proteção Civil do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD. “Os portugueses têm o direito de saber” o que terá estado na origem do pedido apresentado pelo coronel António Paixão.

Destacando que “era exigível a um Governo responsável” que tivesse preparado a época que se aproxima, José Matos Correia lembrou que foi o atual primeiro-ministro quem nomeou o demissionário comandante da ANPC. E acusou-o de, “como é seu hábito, chutar para canto e sacudir a água do capote”.

 

Luís Marques Guedes desafiou Eduardo Cabrita a explicar demissão

O social-democrata Luís Marques Guedes desafiou, esta terça-feira na Assembleia da República, o ministro da Administração Interna a “dar explicações que sejam aceitáveis e que consigam reconstruir alguma tranquilidade e confiança que os últimos acontecimentos não têm ajudado a manter”. Referindo-se à demissão ocorrida na ANPC e salientando não querer especular a propósito do assunto, salientou a “opacidade relativamente a esta matéria que só adensa a intranquilidade das pessoas”.

De acordo com o deputado, o Governo devia ter como “objetivo primeiro” promover a “tranquilidade e a confiança” dos cidadãos. Contudo, verifica-se o inverso: “incapacidade e irresponsabilidade no tratamento destas matérias”, alegou. Deu como exemplos: o facto de ainda não ter sido alterada a lei orgânica da Proteção Civil, apesar das promessas feitas; a aprovação, só em abril, da diretiva operacional; e ainda a situação dos meios aéreos que, segundo acusou, já “roça a irresponsabilidade”.