Rui Rio em Bruxelas: “Alinho pelos interesses de Portugal”

22 mar 2018

 

“Temos de encontrar formas para que a Europa não toque naquilo que, para Portugal, é absolutamente vital”, defendeu Rui Rio, em Bruxelas, esta quinta-feira. O presidente do PSD reitera o compromisso de defender os interesses dos portugueses, o que, neste momento, passa por garantir “que não haja qualquer corte na política de coesão”, apoiando o Governo nessa missão. “Não tenho nada essa visão de ser, para mim, um tabu alinhar pelo Governo ou contra o Governo, alinho pelos interesses de Portugal”, assegurou.

À entrada da cimeira do Partido Popular Europeu, Rui Rio falou dos cenários possíveis para o reforço das contribuições dos Estados-membros para o orçamento comunitário, na sequência do Brexit. O importante, para Portugal, é “que não haja qualquer corte na política de coesão”, afirmou.

Para o presidente do PSD, será necessário procurar “novas receitas”, que não passam pela criação de impostos, “uma questão de soberania reservada aos parlamentos nacionais”. Rui Rio citou outras vias, como a possibilidade de que uma “percentagem dos lucros do BCE” possa “reverter a favor do orçamento comunitário”.

“Temos de encontrar formas para que a Europa não toque naquilo que, para Portugal, é absolutamente vital”. Rui Rio não tem, por isso, “qualquer problema em assumir que a nossa disposição é em reforçar a posição do governo português” porque reconhece no Executivo a mesma missão de “não prejudicar aquilo que são os fundos a que Portugal tem acesso, mesmo que tenha de haver algum reforço do contributo dos Estados-membros para o orçamento”.

“Não tenho nada essa visão de ser, para mim, um tabu alinhar pelo Governo ou contra o Governo, alinho pelos interesses de Portugal.” O presidente do partido apontou que os portugueses não querem “um PSD a aproveitar isto para fazer oposição ao Governo” e, assim, “enfraquecer a posição de Portugal”. “Eu não tenho, sobre isso, qualquer dúvida”, acrescentou. “Os portugueses, de certeza, que não queriam aproveitamentos políticos, querem que se juntem as posições”. Rui Rio notou que, “neste momento, nas negociações que têm havido com o Governo, a posição não é exatamente igual”, mas existe “boa vontade” no processo negocial.

O líder do PSD lembrou que Portugal é um “beneficiário líquido”, dado que “recebe mais do que entrega”. “Dá um euro das finanças públicas, recebe dois euros para a economia”, mas “aquilo que é mais importante é a economia”. “O orçamento português teria de se ajustar em benefício não da contabilidade, mas em benefício do desenvolvimento” e “isso é que é absolutamente vital”, explicou.

Ainda sobre os assuntos europeus, questionado pelos jornalistas sobre o cabeça-de-lista às eleições de 2019, Rui Rio recusou anunciar nomes. “Não ando a reboque nem do CDS, nem do PS, nem de ninguém.

 

Rui Rio em Bruxelas