Liderança de Rui Rio “ajudará a provar que a geringonça é solução oportunista”

17 fev 2018

 

Pedro Passos Coelho disse, na abertura do Congresso Nacional, que o PSD é o único partido que respeita os portugueses “de forma tão verdadeira”. Lembrou que, sob a sua liderança, o País saiu da bancarrota. Felicitou Rui Rio por ter sido eleito Presidente da Comissão Política Nacional do PSD e disse que, com ele, se inicia um novo ciclo que se pretende de união. “Sei que farás tudo para que o nosso País tenha um futuro em que os portugueses se revejam”, afirmou dirigindo-se ao novo líder, num discurso em que criticou um governo oportunista e que vive para “o curto” prazo

 

Pedro Passos Coelho defendeu, esta sexta-feira na abertura do 37.º Congresso Nacional do PSD, que o PSD é defensor e praticante de uma sociedade aberta, livre e tolerante. “Não apoucamos os nossos adversários. Esse exercício a que, quinzenalmente, assistimos no Parlamento [referia-se aos debates quinzenais], é um exercício que rejeitamos pela falta de respeito” em relação à democracia, afirmou. Disse-se “feliz por pertencer a um partido que, sendo reformista e realista, respeita a pessoa”. Reforçou que “esse partido é o nosso” e destacou não conhecer “outro que tenha este respeito pelas pessoas e que encare a inteligência dos portugueses de forma tão verdadeira”.

Sobre a sua liderança, garantiu ter sido feito, “sobretudo, o que era essencial e importante”. “Tirámos o País da quase bancarrota em que os socialistas o deixaram, conseguimos recuperar o crescimento da economia e do emprego, numa altura particularmente exigente e sem agravar as desigualdades, fizemos um caminho que nos permitiu, com o CDS, dar estabilidade e confiança traduzida no facto de, pela primeira vez na história, um governo de coligação ter cumprido a legislatura”, salientou.

 

Pedro Passos Coelho disse que o líder eleito fará tudo em prol do País

Tenho a certeza de que ambicionas muito para o nosso partido, porque ambicionas muito para o nosso País”, disse Pedro Passos Coelho, dirigindo-se a Rui Rio que foi eleito Presidente da Comissão Política Nacional do Partido Social Democrata em 13 de janeiro. “Na minha qualidade de ex-presidente e de ex-primeiro—ministro, estou aqui como um soldado a contribuir para a união do nosso partido”, referiu.

Assinalando que neste 37.º Congresso Nacional ocorre uma transição de pasta, Pedro Passos Coelho disse concordar que a mudança “ajudará a provar que a geringonça continua a ser uma solução oportunista e negativa”, salientando contudo que “a batalha que temos pela frente – e estamos todos nela – é difícil, mas possível”. Alertou, assim, que o período que se segue não será de facilidades, pois “não é fácil bater a geringonça”, mas é necessário fazê-lo e sob a liderança de Rui Rio.

Pedro Passos Coelho, referindo-se às eleições internas, dirigiu-se a Pedro Santana Lopes, dizendo que a “derrota” ocorrida em 13 de janeiro “traz a promessa de união do partido” e cujos sinais foram dados logo aquando da abertura do congresso. Endereçou “uma palavra especial” ao líder eleito e destacou que “é conciliando que conseguimos, com generosidade, chegar mais longe”. “Agora que presides à Comissão Política Nacional sei que farás tudo para que o nosso País tenha um futuro em que os portugueses se revejam”, referiu.

 

Governo apenas está preocupado consigo próprio

Para o social-democrata, o novo ciclo que agora se inicia no PSD urge como necessário para colocar “novamente os portugueses a olhar para aquilo que poderão a vir a ter se as políticas adequadas forem prosseguidas”. Tecendo claras críticas à atual solução governativa, acusou-a de estar “preocupada consigo própria e não com o futuro do País”. Desafiou o Executivo a ter coragem e humildade de reconhecer “que a receita” que trazia “não resultou”. Lembrou que “o emprego que se está a gerar traz consigo mais precariedade” e que há cada vez mais portugueses com o salário mínimo.

Revelando-se satisfeito por Portugal estar a crescer, destacou que há, todavia, outros países que crescem mais, incluindo aqueles que também passaram por programas de ajustamento semelhantes. “A propaganda encarrega-se de anular os efeitos positivos que vêm do passado, das reformas que foram feitas, até da conjuntura externa e anuncia-se um crescimento histórico, como se bastasse ter o PS a governar para que isso acontecesse”, criticou. E recordou que, atualmente, o investimento público é inferior ao dos anos em que “não havia dinheiro”.

Pedro Passos Coelho acusou a maioria governativa de “arrogância”. “O Governo tem hoje nas suas fileiras muitos dos que [no anterior executivo socialista] conduziram Portugal praticamente à bancarrota”, lembrou. “São vários ministros e secretários de Estado”, apontou, acrescentando que “não houve, até hoje, um pedido de desculpas, um arrependimento, o próprio PS não teve o cuidado de encontrar outras caras”. Por isso, anotou: “quem nos garante que não possa voltar a acontecer, se eles são os mesmos que explicam as maravilhas do crescimento”. Relembrou, assim, que se trata de uma solução que se centra “no curto prazo” e que tem como preocupação a “propaganda”, exemplo disso mesmo são os aumentos anunciados reiteradamente para vésperas de eleições.