Rio Tejo: “Governo tem de ter meios para descobrir” quem polui

30 jan 2018

 

Há um conjunto de empresas e entidades que poluem o Tejo”, denunciam deputados do PSD. “O Governo tem de ter meios para descobrir quem são, fazer a monitorização da sua atividade e acabar com isto”, defendem Nuno Serra e Duarte Marques, eleitos por Santarém.

Segundo alertam, a poluição está “relacionada com descargas de várias empresas, tal como o demonstram as análises feitas ao longo dos últimos anos”. Depois das informações vindas a público na semana passada, os social-democratas referem que “a remoção da espuma em Abrantes é apenas uma operação de cosmética”. “Sendo certo que faz parte da recuperação do rio, não resolve o assunto de fundo”, avisam.

Aquando do último Orçamento do Estado, “o PSD ficou isolado quando pediu mais medidas e mais recursos para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o reforço das verbas para a fiscalização do rio Tejo”, relembra Duarte Marques. “O PSD quis deslocar verbas do alargamento do Metro do Porto, do Polis da Costa da Caparica e do alargamento do Metro de Lisboa para garantir mais verbas, mais meios tecnológicos e mais pessoal para a Inspeção Geral. O ministro veio à Assembleia da República dizer que não era preciso, que tinha os meios necessários. Ora, como é que se deixa perdurar uma tragédia destas com mais danos para o rio?”, pergunta.

O social-democrata critica o Executivo pela “falta de vontade política para atuar”. Referindo que a legislação existente é “suficiente”, afirma que “falta coragem para a aplicar”. Reforça, assim, a proposta de “um tribunal especializado em matérias do Ambiente que pode ajudar a tomar mais decisões”.

Depois de terem estado junto ao açude de Abrantes, Nuno Serra e Duarte Marques referem que há “evidências de, nos dias 16 e 22 de janeiro, terem existido dois incidentes numa central em Vila Velha de Rodão que obrigaram uma empresa a descarregar diretamente para o Tejo”. “A lei prevê que se alertem as autoridades no espaço de 24 horas”, explica Duarte Marques, acrescentando que “o problema está quando estes acidentes são recorrentes e escondidos”. Assim, o PSD defende que haja uma “monitorização permanente desta zona do rio Tejo” e recorda os alertas que tem feito a propósito da poluição.