Legionella: Ministro da Saúde não garante confiança no acesso aos serviços de saúde

29 nov 2017

As declarações do ministro da Saúde em relação ao surto de “legionella” no Hospital São Francisco Xavier são insuficientes e contraditórias. Miguel Santos, deputado do PSD, recorda que o ministro anunciara que “em 15 dias teríamos um relatório conclusivo, onde seria possível apurar todas as causas, mas já passaram 23 dias e esse relatório não existe”.

Embora o ministro tenha assegurado que não haveria explicações “para encher calendário”, a verdade é os esclarecimentos são ou vagos ou evasivos. “Nas tragédias que têm assolado o País, há sempre uma dificuldade em ter uma explicação para o que aconteceu e há sempre episódios com relatórios”, afirmou o deputado.

Miguel Santos insiste que não houve ainda uma explicação concreta sobre o que aconteceu, nem um reconhecimento de responsabilidades. “O que provocou o surto de ‘legionella’ no São Francisco Xavier? Há garantias de que as condições de segurança estão garantidas para as pessoas que acedem aos serviços?”, interrogou o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD.

Miguel Santos critica, também, o rol de precipitações do ministro da Saúde, porque quatro dias depois da contaminação pública, garantia que tudo se devia a uma “falha técnica”. As conclusões do ministro foram entretanto desmentidas pela administração do Hospital que manifestou desconhecer se houve falha técnica e solicitou, por isso, um estudo urgente ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Na audição da comissão parlamentar de saúde, desta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde assegurou, por sua vez, que o único local do Hospital São Francisco Xavier onde foi encontrada a bactéria “legionella”, do mesmo tipo da que infetou os doentes, foi na torre de refrigeração da unidade de saúde.