“PSD votará contra o Orçamento do Estado para 2018”

24 nov 2017

 

Injusto, com políticas erradas e distante dos anseios e do futuro do País, o Orçamento do Estado para 2018 é não mais do que um “conjunto de peças coladas por uma maioria parlamentar”. Foi por isso que o PSD apresentou várias propostas de alteração que têm sido, contudo, rejeitadas por PS, PCP e BE

 

O Grupo Parlamentar do PSD (GPPSD) votará contra o Orçamento do Estado (OE) para 2018”, assegurou esta sexta-feira Hugo Soares. “A proposta apresentada ao Parlamento não correspondia aos anseios da sociedade portuguesa”, explicou o líder parlamentar, argumentando: “é um orçamento que não traz futuro, não aponta nenhuma reforma estrutural das que são necessárias fazer no País”.

Classificou-o, assim, de “um orçamento injusto do ponto de vista social”, na medida em que “continua a agravar os impostos indiretos e, esses, são os que mais penalizam os que menos têm”. Para o PSD, as opções políticas adotadas são erradas e resultam num “conjunto de peças coladas por uma maioria parlamentar que tem uma visão muito diferente do País e, sobretudo, uma visão completamente antagónica daquilo que é a construção europeia”.

Ao dia de hoje, das 62 propostas [de alteração ao OE] apresentadas pelo GPPSD, foram rejeitadas as 62 pela maioria: PCP, BE e PS”, comunicou Hugo Soares. “Acho que ninguém acredita que, nas 62 propostas não houvesse uma que pudesse ter o mérito de colher o apoio dos demais grupos parlamentares”, afirmou, salientando que “esta forma autocrática demonstra bem que o PS não precisa, mesmo, do PSD para governar, nem das soluções que o PSD apresenta”. Destacou, assim, esta rejeição “demonstra bem como o BE, PCP e PS lidam com as opiniões diferentes, ainda que elas possam ter algum mérito”.

O PSD desenvolveu um conjunto de propostas de alteração que “visavam mitigar e melhorar este OE do ponto de vista da justiça social, do apoio direto aos mais jovens e mais idosos, na resposta que, ainda, é necessário dar às vítimas da tragédia dos incêndios, na aposta num crescimento sustentável, numa sociedade mais justa e liberta de privilégios”.

Hugo Soares salientou que o próprio debate na especialidade “tem vindo a demonstrar que o orçamento vai piorando dia após dia”, acentuando-se assim “a necessidade de oposição frontal do PSD”.

Esclareceu que os social-democratas, por sua vez, não olham “a quem apresenta as propostas”, mas ao impacto que as mesmas na “qualidade de vida dos portugueses”. “Creio que é essa a missão que cabe a cada um dos deputados”, sublinhou, em jeito de crítica à maioria que sustenta o Governo.

 

Pagamento dos subsídios: “Ataque sem precedentes à liberdade de escolha

Para o presidente do grupo parlamentar, “os últimos dias demonstram, ainda, um ataque sem precedentes à liberdade de escolha”. Referia-se, concretamente, à “aprovação do fim da liberdade de escolha dos trabalhadores, no que diz respeito ao pagamento dos subsídios de férias”. Segundo reforçou, isto “demonstra bem que esta maioria não respeita a liberdade de escolha de uma sociedade que se quer cada vez mais livre”. Assegurou, portanto, que “este não é o caminho que o PSD quer traçar”.