Seca: “A reação em emergência sai sempre mais cara e prejudicial. É preciso haver um plano estruturado”

22 nov 2017

O Grupo Parlamentar do PSD esteve, esta quarta-feira, com agricultores, produtores e associações de Redondo e Alandroal, com o objetivo de averiguar “o impacto que a seca está a ter na produção agrícola”, explicou Hugo Soares. “Temos, nas últimas semanas, tentado estar perto das pessoas para perceber melhor as suas necessidade, sobretudo naquilo que são as emergências a que o País tem de ocorrer”, justificou.

Qualquer pessoa que possa ter a oportunidade de visitar os territórios mais afetados, quer na região Centro, quer aqui no Alentejo vê com os próprios olhos a forma como é preciso, rapidamente, haver um plano estruturado”, disse o presidente do grupo parlamentar. Referindo-se às alterações climáticas, o líder da bancada social-democrata, assinalou que “é importante que o poder público e político se consciencialize disso e possa pensar a prazo num plano de investimentos para permitir que as regiões mais afetadas não tenham estes problemas recorrentes”.

 

Atrasos nos pagamentos do PDR estão a “desmotivar os agricultores

É lamentável todos os atrasos que estão a acontecer do ponto de vista do pagamento aos agricultores que recorrem ao PDR”, assinalou. “Foi-nos dito, e é indesmentível, que se no anterior governo os pagamentos estavam a ser feitos com um máximo de 20 dias, estamos hoje com um deslize de seis meses de atraso”, denunciou o líder da bancada social-democrata.

Segundo alertou, estes atrasos estão a “desmotivar os agricultores”, causam “prejuízos diários” e “inibem até alguns de concorrer ao PDR, porque entendem que não vale a pena estar seis, sete, oito meses à espera de que os pagamentos sejam feitos”. Tal como salientou, a estas situações “acresce a alteração das regras a meio dos concursos”, tendo “projetos, já aprovados com pontuação elevada, sido rejeitados”.

Foi neste contexto que a bancada parlamentar do PSD quis “lançar um apelo ao ministro da Agricultura”: “que pudesse contactar com os agricultores para perceber que está a haver este atraso, que tenha uma conversa com o ministro das Finanças para percebermos porque é que isto acontece”.

 

Atrasos nos pagamentos são problema “burocrático, de falta de empenho

Urge, pois, “resolver este problema” que, de acordo com Hugo Soares, “é burocrático, de falta de empenho e vontade política”. A sua resolução contribuirá para que “uma região, como esta do Alentejo, possa fixar as suas gentes e ajudar do ponto de vista daquilo que é necessário: o crescimento económico do País”, salientou.

O Governo corre constantemente atrás do prejuízo”, acusou o presidente do grupo parlamentar. Tem, por isso, “muita dificuldade em ser ativo. “A reação em emergência sai sempre mais cara e prejudicial do que quando é feito com tempo e de forma estruturada”, esclareceu. Trata-se, portanto, de mais uma situação que mostra que este Executivo “gere o dia-a-dia” e, “para esta gente, isso paga-se de forma muito cara”, alertou.

Hugo Soares referiu que “é impossível ter confiança num governo que tem, num dia, o secretário de Estado do Ambiente a dizer que estão a estudar a possibilidade de racionar o consumo de água à noite e, no dia seguinte, o ministro a dizer que essa é uma hipótese teórica, ainda nem sequer estudada”. Estes sinais diferentes por parte de “dois membros do mesmo ministério” são passíveis de causar “alarme social”.

O Grupo Parlamentar do PSD, consciente das necessidades do País, tem alertado para a necessidade de “desburocratizar” no que ao PDR diz respeito. “Temos denunciado que o dinheiro para acudir às pessoas não chega, temos neste Orçamento do Estado várias propostas que têm que ver com a majoração dos incentivos aos equipamentos de rega eficiente”, lembrou.