O Governo tem de explicar por que decidiu excluir dos rastreios do cancro da mama as mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 49 anos. O acesso a esse programa é restringido apenas às mulheres com idade igual ou superior a 50 anos e exclui mulheres com 70 ou mais anos.
Para o deputado social-democrata Luís Vales, esta medida do Governo “reflete bem o estado de degradação que se vive no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. “Essa medida foi por motivos económicos, como já o reconheceu o Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro”, acrescenta Luís vales.
O cancro da mama constitui um grave problema de saúde pública em Portugal, com uma média de seis mil novos casos por ano e quatro mortes por dia. O diagnóstico precoce, realizado principalmente através de exames clínicos e de mamografias, é fundamental para a redução da mortalidade provocada por cancro da mama.
Para o PSD, o Programa de Rastreio de Cancro da Mama (PRCM), presentemente desenvolvido numa significativa parcela do território nacional e que constitui um bom exemplo da colaboração entre os serviços públicos de Cuidados de Saúde Primários e a Liga Portuguesa Contra o Cancro, possibilita a realização de milhões de mamografias de rastreio e o encaminhamento, para diagnóstico e tratamento, de dezenas de milhares de mulheres.
Sendo a população-alvo do PRCM atualmente constituída por mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos de idade, os social-democratas questionam, por isso, a recente decisão do Governo de restringir este importante programa “à população do sexo feminino, com idade igual ou superior a 50 anos e igual ou inferior a 69 anos”.
Significa isto que não só o Governo resolveu passar a excluir dos rastreios do cancro da mama, as mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 49 anos, como não alargou os mesmos a mulheres com idade igual ou superior a 70 anos, medida que se justificaria, tendo em conta o aumento da esperança média de vida verificado no País.
“O PSD considera que esta decisão do Governo é grave e errada, na medida em que o sucesso da luta contra as doenças oncológicas, designadamente em termos de menor agressividade dos tratamentos e de maior eficácia da terapêutica, depende muito de um diagnóstico atempado, condição determinante para a redução da mortalidade provocada por essas doenças”, realça Luís Vales.
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