Saúde: “governação é um desastre”

11 out 2017

 

“A governação do Ministério da Saúde é um desastre. O futuro irá comprovar as dificuldades que estão a ser criadas”. Na audição ao ministro da Saúde, esta quarta-feira no Parlamento, Miguel Santos, deputado do PSD, traçou o retrato de um setor marcado por queixas de utentes, inoperacionalidade de serviços do INEM, deterioração da dívida, descontrolo orçamental e insatisfação generalizada das classes profissionais.

Durante a audição, a deputada social-democrata Ângela Guerra criticou a incapacidade do ministro Adalberto Campos Fernandes em resolver os problemas que estão a agravar a qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Os profissionais de Saúde sentem-se enganados, defraudados, não confiam de um modo geral na sua palavra e os seus recentes ataques aos enfermeiros não ajudaram na tranquilização deste setor”.

Ângela Guerra lamentou que a tutela tenha preferido “negociar com algumas profissões e não com outras, com uns sindicatos e não outros”. “Abriu-se a caixa de Pandora e evidência disso são as declarações do secretário de Estado, afirmando ser um tormento governar nestas condições”, sublinhou.

A desgovernação na Saúde tem tido a “complacência e a cumplicidade do PCP e BE que, em abono da verdade, estão completamente reféns do PS”. “Um Governo que dizia ter virado a página da austeridade não tem sabido ou querido negociar as condições de trabalho dos enfermeiros”, alertou Ângela Guerra.

O Governo prometeu aumentar salários a 11 mil enfermeiros em 2015. Dois anos volvidos, vai fazendo apenas “cedências a contragosto” e “uma coisa de cada vez”. Ângela Guerra deu conta do quadro de ameaças feitas a estes profissionais, ameaças “inaceitáveis, ilegítimas e politicamente condenáveis num Estado de direito”.

Médicos, enfermeiros e técnicos superiores de diagnóstico têm, ainda, manifestado um profundo desagrado com a quebra dos compromissos assumidos por parte do Governo.