Governo deixa milhares de utentes sem médico de família

28 set 2017

Existem regiões do País em que mais de 50% da população não tem médicos de família, contrariando as promessas do PS e dos radicais de esquerda. Outras regiões têm défice na cobertura de saúde. É o caso da região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, onde o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Lezíria, que engloba nove concelhos (Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém) e presta cuidados de saúde primários a uma população de cerca de 200 mil utentes, existem atualmente cerca de 22 mil utentes sem médico de família.

Só em Salvaterra de Magos, mais de metade da população (54%) não tem, hoje, médico de família. Acresce que, este ano, não só se verificou um incompreensível atraso na abertura de concursos para médicos de Medicina Geral e Familiar, como o nível de contratação ficou manifestamente aquém das necessidades das populações. No caso do ACES Lezíria, mesmo depois de preenchidos os 7 lugares previstos (não se sabe ainda quando), permanecerão 8.500 utentes sem médico de família.

Os deputados social-democratas questionam, uma vez mais, o ministro da Saúde sobre esta deficiente acessibilidade dos utentes do SNS aos cuidados de saúde públicos, dando voz à forte preocupação dos utentes da saúde naquela região.

O PSD recorda que, segundo o Relatório Anual sobre o Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e Entidades Convencionadas – 2016, divulgado pelo Governo no passado mês de Agosto, o número de utentes sem médico de família atribuído desceu de 1.819.248, em 2011, para 1.044.945, em 2015, o que representa uma diminuição de 42,6%. Uma redução que não surpreende em face do enorme esforço realizado pelo Governo liderado pelo PSD para a contratação de médicos de família, como o demonstra a abertura de oito concursos nacionais, num total de 1.082 vagas abertas, tendo sido nesse período contratados todos os médicos de Medicina Geral e familiar disponíveis no País.

Já com o Governo socialista, a redução o número de utentes sem médico de família, desde 2015, se limitou a apenas 121 mil. Ou seja, durante os anos da troika, e apesar dos fortes constrangimentos, foi possível uma redução de cerca de 200 mil utentes sem médico de família/ano e com o atual governo essa redução é apenas de cerca de 60 mil/ano.

 

Perguntas do PSD dirigidas ao ministro da Saúde


  1. “Quando prevê o Governo que os postos de trabalho abertos a concurso pelo Aviso n.º 10362/2017, estejam efetivamente preenchidos?
  2. Porque razão não previu o Governo a abertura de vagas suficientes para a categoria de assistente, área de medicina geral e familiar, designadamente no Agrupamento de Centros de Saúde Lezíria, em especial nas Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados de Salvaterra de Magos, de Almeirim e de Rio Maior?
  3. Como e quando tenciona o Governo atribuir médico de família aos 8.500 utentes da saúde dos concelhos de Salvaterra de Magos, Almeirim e Rio Maior que continuarão sem acesso a esses clínicos, mesmo após o preenchimento dos postos de trabalho abertos a concurso pelo Aviso n.º 10362/2017?”