Defesa europeia: Governo em “silêncio ensurdecedor”

11 set 2017

É muito importante que o País não fique de fora” do Mecanismo de Cooperação Reforçada que está a ser discutido na União Europeia (UE) e tem que ver com a segurança dos diversos países. Segundo lembrou o líder do PSD, trata-se de “uma questão estratégica para o Estado português e para a Europa no seu todo”, pelo que reiterou não compreender o “silêncio ensurdecedor” e “insustentável” do Governo português nesta matéria.

Foram tomadas decisões ao nível do Conselho Europeu, em junho do ano passado, e que traçaram um calendário para este processo na UE”. “É importante recordar esse calendário”, reforçou, acrescentando ter já abordado este assunto na rentrée política dos social-democratas. “Esse calendário pressupõe que, durante este mês de setembro, todos os governos da UE indiquem quais as áreas que julgam importantes para compreender neste Mecanismo de Cooperação Reforçada”, explicou.

 

É muito importante que o País não fique de fora desse processo

Pedro Passos Coelho afirma não compreender o motivo pelo qual o atual Executivo “não dá informação à Assembleia da República” sobre esta matéria, já que está em causa o “tipo de Europa que vamos criar, o que vamos fazer com as Forças Armadas dos diversos países, se o que se vai criar é alguma coisa que tenha um espírito complementar à NATO ou não”, continuou.

É muito importante que o País não fique de fora desse processo”, alertou, justificando ser “indispensável que haja uma avaliação rápida (que já devia ter sido feita)” e para qual também deveria contribuir “o maior partido da oposição”. De acordo com o líder social-democrata poderão estar em causa questões como a partilha de recursos ou a criação de recursos comuns aos vários países.

À semelhança do que tem acontecido com o Orçamento do Estado (em que PS, Governo, PCP e BE se têm sentado para o discutir), o Presidente do PSD entende que “também é importante saber se, em questões estratégicas para o País, há preocupação do Governo em suscitar o apoio daqueles que são os seus partidos de apoio parlamentar”. Segundo destacou, “isto não é apenas uma questão da maioria, é uma questão do País e, portanto, tem de ser discutida com o País”.

Referindo-se às declarações do ministro da Defesa neste fim-de-semana, Pedro Passos Coelho classificou como “extraordinário” o facto de não ter havido uma alusão a “esta questão fundamental para a segurança coletiva, para Portugal”, mesmo depois de o PSD ter “pedido, há cerca de um mês, clarificação”. “Os portugueses têm o direito de saber como é que a maioria se comporta nesta matéria” de Defesa europeia, insistiu.