Autarquias: Governo já perdeu dois anos na descentralização

06 set 2017

Seria bom que pudéssemos iniciar este ciclo autárquico com mais competências formais atribuídas ao município”, afirmou Pedro Passos Coelho esta quarta-feira, em Mêda. “Em quase metade da legislatura perdeu o Governo demasiado tempo e não permitiu que pudéssemos chegar ao fim deste ciclo autárquico com um projeto de descentralização mais efetivo a funcionar”, explicou.

De acordo com o Presidente, o PSD está “disponível e interessado em reformas sérias”, em detrimento daquelas que são “feitas de qualquer maneira para anunciar que se fez qualquer coisa”. Salientou, numa clara alusão ao Governo, que os social-democratas conhecem “muito bem essa maneira de estar, de prometer e dar a entender que se vão fazer coisas”. Defendeu, assim, que “nada justifica que se desperdice as competências e os meios que já existem para fazer melhor”. Por isso, deixou claro: “precisamos, cada vez mais, de uma nova geração de autarcas que possa pôr em prática tudo o que são as competências que podem ajudar as suas comunidades”.

Todos sabemos que, na hora de escolher o presidente da junta ou da câmara, a pessoa em concreto tem uma importância muito grande”, destacou Pedro Passos Coelho. “Essa é a razão, precisamente, porque nós procurámos, com a colaboração de todas as estruturas internas do PSD, escolher as pessoas e com elas as equipas que possam trazer uma escolha verdadeira e mais forte”, justificou.

Pedro Passos Coelho deixou claro que o objetivo para o concelho de Mêda, não é “preencher os mínimos olímpicos”, mas “ganhar a câmara”. Vê, por isso, no candidato Aires do Amaral e na sua equipa as competências que lhe permitem afirmar que o PSD está “muito perto de ter esse resultado” que o partido pretende, sobretudo, com benefício para a Mêda.

Aires do Amaral tem muita experiência, como consultor financeiro, conhece bem não apenas a economia portuguesa, os agentes económicos, mas também o concelho e isso, hoje, pode ser muito importante”, explicou. “É muito importante que se conheça o concelho económico, que se valorize o investimento”, disse o Presidente do PSD, acrescentando que “nós sabemos que, sobretudo mais no interior, ou temos investimento ou não teremos capacidade para reter as pessoas”. Lembrou, portanto, que “as pessoas só estão onde podem conservar o que têm ou ter a perspetiva de ter um emprego”. Se não existir emprego, de que servem as infraestruturas “se as pessoas não puderem governar a sua vida?”.

Pedro Passos Coelho recordou que “os municípios podem ter, e têm já crescentemente, uma influência na atratividade dos seus territórios, chamando os investidores a valorizar os recursos que existem”. Deu como exemplo as estruturas que visitou em Mêda: “estivemos a ver o núcleo museológico que precisa de ser desenvolvido e pode ser um instrumento ao serviço do desenvolvimento económico, sobretudo se combinado” com outras ofertas, como as adegas e quintas que visitou e onde encontrou “métodos cada vez mais modernos” que acrescentam “valor às produções e, neste caso, à produção vinícola”.