“Comando de combate aos incêndios tem de ser avaliado”, defende Maurício Marques

05 set 2017

Queremos que o comando de combate aos incêndios seja avaliado”, afirmou Maurício Marques, deputado do PSD, lembrando que, na sequência dos incêndios de 2005, o então ministro da Administração Interna (e, hoje, primeiro-ministro), António Costa se decidiu pela criação de uma estrutura nacional de combate aos incêndios que se encontra centrada na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

A reforma então implementada”, com a criação da ANPC, “falhou, este ano, redondamente”, acusou o deputado. “O atestado de incompetência passado aos bombeiros portugueses”, em 2005, “foi injusto”, afirmou Maurício Marques. Em causa está a substituição dos Comandantes Operacionais (“eleitos pelos seus pares, com experiência e conhecedores do território”, explicou o social-democrata) por uma estrutura nacional que resulta de nomeação do Governo.

O que aconteceu este ano permite duvidar se a estrutura, na altura, era ou não incompetente”, continua Maurício Marques. “Se calhar, os bombeiros não eram tão incompetentes como foram considerados em 2005”, acrescentou, reiterando que os social-democratas, por não se conformarem, solicitam que se proceda à avaliação do comando de combate aos incêndios.

Deu como exemplo o facto de, para combater um incêndio em Góis, “tenha de vir o Comandante Distrital de Lisboa, ou para Penela o de Santarém”. Perguntou, por isso: “será que em Coimbra ou em Castelo Branco não há comandantes competentes?”. Continuou: “em que situação ficam os responsáveis dos bombeiros que se esforçam todo o ano para depois serem preteridos nos momentos mais críticos, exatamente quando eram mais precisos? E os bombeiros confiam e revêem-se em comandantes que não conhecem, em que nunca ouviram falar e com quem nunca trabalharam?”. Defendeu, portanto, tratar-se de “questões que nos merecem uma reflexão muito séria”.

Maurício Marques solicitou, também, ao Governo que os concelhos dos distritos de Coimbra sejam incluídos nos apoios à revitalização das zonas afetadas pelos incêndios deste ano. “Importa também exigir ao Governo que, rapidamente, implemente ações concretas para minimizar o impacto ambiental que a extensa área ardida vai ter nos nossos aquíferos e linhas de água”, alertou.