Pedro Passos Coelho: PSD quer mais estabilidade e menos desigualdades

04 set 2017

Que Portugal possa viver com menos solavancos externos”, afirmou este domingo Pedro Passos Coelho, destacando que o PSD quer mais estabilidade e menos desigualdades no País. Importa, assim, desenvolver uma visão de futuro que permita atrair investimento. “Queremos uma sociedade aberta para corrigir as desigualdades”, reforçou.

É importante baixar o nosso nível de endividamento, ser disciplinado, conseguir gerar dinâmica económica que possa atrair confiança dos investidores”, porque, “sem eles, não temos os meios necessários nem para pagar o que devemos, nem para investir no futuro” e “sabemos que o Banco Central Europeu não vai andar a vida toda a ajudar-nos a resolver o peso deste problema”, apontou o líder social-democrata.

Queremos uma sociedade que pense no futuro”. O presidente do PSD questionou a falta de preocupação, que se vê atualmente, por os níveis de poupança das famílias serem os mais baixos de sempre.

Para o presidente do PSD, é preocupante que “haja tantos que não têm o indispensável”. “O problema é definir um patamar mínimo em que toda a gente possa viver com dignidade e elevar as condições que permitam que cada um possa aspirar a ter, pelo menos, o indispensável para viver com dignidade”. E este é um objetivo crucial do qual, infelizmente, Portugal ainda está longe, acrescentou.

Pedro Passos Coelho reiterou a grande disparidade de rendimento entre os que têm muito e os que têm pouco. Mas Portugal vive com outras desigualdades além do rendimento, como as influenciadas por questões geográficas e geracionais. Contudo, “o Governo gosta de resumir esta discussão à despesa pública, à redistribuição e àquilo que o Estado deve dar”, criticou o orador. “É uma discussão muito pobre.”

Queremos um país que possa ser mais bem-sucedido no combate a estas desigualdades”, rematou.

Queremos um país mais tolerante, mais aberto”, que “esteja no mundo como quem está cidadão da globalização”. Portugal deve ser um país a olhar para o mundo, “mas sem ceder na segurança, nos valores e nos objetivos que queremos alcançar”, apontou, recomendando que sejam tomadas medidas relevantes dada a conjuntura externa atual.

Pedro Passos Coelho desafiou o Governo a dizer se já discutiu no seio da sua maioria parlamentar a adesão de Portugal ao Mecanismo de Cooperação Reforçada. “Os países europeus ficaram de, até setembro ou outubro deste ano, dizer se querem ou não participar” naquele mecanismo, para desenvolver metas comuns na área da defesa e da segurança europeias. “Nas reuniões que o Partido Socialista vai fazendo com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista para o leilão orçamental, já fizeram alguma para saber se Portugal deve integrar ou não” o novo mecanismo comunitário, perguntou Pedro Passos Coelho. Já foi debatida a aliança com a NATO para este mecanismo, no âmbito das reuniões com o PCP, questionou. E em termos orçamentais, haverá reforço de investimento na defesa? “Vão fazer algum investimento com o apoio do BE e do PCP para trabalhar num Portugal que se possa defender melhor?”, questionou o líder da oposição.