Carreiras: polícias, médicos, enfermeiros e juízes reivindicam

31 ago 2017

 

Polícias, guarda, militares, médicos e outros profissionais podem ser excluídos do descongelamento das carreiras da função pública, de acordo com notícias na Comunicação social. A Associação Sindical dos Juízes Portugueses voltou a acusar o Executivo de não pensar nas carreiras “como um todo” e de “querer negociar um estatuto truncado”. Os juízes garantem que “caso não haja alteração” por parte do Governo, manter-se-á a greve agendada para outubro.

Também a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia afirmou que a exclusão do descongelamento de carreiras, a verificar-se, “seria antidemocrático, injusto e incompreensível”, já que o Governo “pede todos os sacrifícios aos polícias”. Também a Associação dos Profissionais da Guarda contestou “tais intenções”, uma vez que “estão em causa milhares de profissionais, muitos a aguardar promoção ou progressão na carreira há cerca de 15 anos”.

Estão “a fazer uma manifesta opção política de esquecimento dos médicos de família e uma visível orientação contra o desenvolvimento do ‘pilar do SNS’”, diz a Associação de Medicina Geral e familiar. Em causa está a abertura de apenas 29 vagas para assistente graduado sénior da carreira médica de medicina geral e familiar. Os médicos consideram tratar-se de uma “evidente falta de investimento nos cuidados de saúde primários”, uma “opção política desajustada e incompreensível à luz do discurso político do Governo”.

Também a Ordem dos Enfermeiros denunciou a “recusa do Governo em negociar a carreira de enfermagem”, alertando para a existência de profissionais que equacionam a possibilidade de “escolher um dia para abandonar os serviços dos hospitais e centros de saúde”. De acordo com a Ordem, são “tempos de emergência” os que se vivem e que podem vir a comprometer o Serviço Nacional de Saúde e, por conseguinte, “a segurança e a qualidade dos cuidados prestados”. Os enfermeiros especialistas de saúde materna e obstetrícia, por sua vez, acusam o ministro da Saúde de desonestidade.

 

Em 2015, António Costa defendeu “o tempo da reunião

Em novembro de 2015, António Costa tomava posse e começava, nas suas palavras, “o tempo da reunião”. “Não é de crispação que Portugal carece, mas sim de serenidade. O bom conselheiro desta hora não é o despeito ou o desforço”.

Quase dois anos volvidos após o “tempo novo”, agosto trouxe de volta as reivindicações e receios de juízes, forças de segurança, médicos ou enfermeiros, apesar de o atual primeiro-ministro ter assumido, “o virar de página na austeridade”.