Futuro do País depende de cultura política reformista

21 ago 2017

Desde a tomada de posse do governo de António Costa que o PSD tem vindo a afirmar que PS, BE e PCP não têm um projeto de futuro para o País, estando mais preocupados em viver o dia-a-dia com o único objetivo de sobreviverem politicamente.

Na Moção Estratégica que apresentou ao Congresso, em Abril de 2016, Pedro Passos Coelho já afirmava que “o Governo e a maioria que o suporta no Parlamento estão comprometidos com uma agenda orientada por preocupações mais imediatistas e menos amigas da transformação estrutural”.

Infelizmente, passados praticamente dois anos de governação socialista, bloquista e comunista, estes partidos demonstraram os receios para os quais se tem alertado: o Governo não demonstrou capacidade para promover as reformas estruturais necessárias para Portugal ter um futuro melhor.

Em agosto de 2016, na Festa do Pontal, o líder do PSD chamava a atenção para o esgotamento da atual maioria. Já nessa altura Pedro Passos Coelho afirmava que o Governo não tinha um projeto de futuro e alertava que o País precisava de “um ciclo económico que traga mais rendimentos: das exportações, do novo investimento e emprego gerados. De um futuro que não seja apenas para concertar os desvarios orçamentais”. Salientou, por isso, que “nós [PSD] queremos que o futuro possa trazer a todos os portugueses um país com mais segurança, um país de gente aberta ao mundo, de pessoas que atraem a confiança e a estima mas que cultivam também o prestígio do bem-receber”.

O tempo que vivemos hoje é extremamente importante, porque é onde se joga o futuro”, dizia Pedro Passos Coelho em Tondela, ainda em julho deste ano. Desafiava, então, o atual Executivo a mostrar ambição e a trabalhar em prol do País e dos portugueses. Para o PSD importa empreender reformas estruturais e contrariar a lógica de reversões a que o País tem assistido nos últimos dois anos.

De acordo com o Presidente do PSD “era preciso prosseguir algumas reformas que nós [Governo PSD/CDS-PP] iniciámos” para ter “mais emprego”, “um rendimento a crescer”. O líder social-democrata salientou, na Festa do Pontal, que “o futuro a médio prazo depende do fôlego que temos hoje para preparar a economia e a sociedade do futuro”.

Portugal necessita de uma estratégia que capte investimento, nacional e internacional, assim como de uma aposta forte nas exportações, de um modelo de crescimento que não esteja assente em salários baixos e de crescimento sustentável. “Sempre que pensamos para o futuro, exigimos que haja capacidade para nos libertarmos do presente e para projetarmos uma ambição”, afirmou Pedro Passos Coelho no Calçadão de Quarteira. “Isso exige sempre uma cultura política própria, reformista com certeza, mas uma cultura que possa equilibrar aquilo que é a cultura dos direitos e dos deveres”, explicou. Importa, pois, servir os portugueses, através de reformas que visem todos e não somente alguns.

Para o PSD é necessário que quem governa olhe para a reforma do Estado.

Urge, pois, concretizar a descentralização, apostar efetivamente na reforma laboral, da Segurança Social, da Educação, da Saúde e da Investigação e Ciência, contrariando a lógica de um “País adiado do ponto de vista estrutural e um País cativado do ponto de vista orçamental” que o PSD tem vindo a denunciar. “Queremos ter um futuro com mais prosperidade, um País ainda mais aberto ao exterior, mas com segurança”, destacou Pedro Passos Coelho. “Se queremos ter mais alguma coisa do que temos hoje, não podemos ‘geringonçar’, mas precisamos de reformar”, afirmou. “Cumprir o défice não chega para ganhar o futuro”, alertou.

Já em abril, em Vila Real, o Presidente dos social-democratas salientou que Portugal precisa de uma “estratégia nacional que não oculte os problemas, que não crie ilusionismo sobre o que vivemos e que possa responder aos nossos problemas”. Afirmou, então, que “precisamos de uma sociedade aberta, com dinamismo, que possa premiar os que acrescentam valor. Mas precisamos de mais poupança, de ter capital que hoje não temos, empresas que possam produzir riqueza para podermos pagar o que devemos e investir no futuro”. Reforçava que “se queremos ter mais rendimentos e salários, temos de saber gerar um rendimento que nos permita aceder a esses bens e serviços. Toda a gente quer uma vida melhor e isso depende das políticas que conseguimos por em prática para esses objetivos”. Acrescentou que “um país só pode ser mais próspero e mais equitativo se souber ser cosmopolita e abrir-se ao mundo”.