Reforma florestal: “não houve consenso científico” quanto às propostas do Governo

21 ago 2017

Não há consensos porque o Governo e o PS não quiseram”, explica Nuno Serra, depois de o primeiro-ministro ter dito, em Pedrógão Grande, esperar que a Comissão Técnica Independente possa contribuir para o “consenso técnico” sobre reforma florestal e, assim, “consolidar um consenso político”. O social-democrata não escondeu, portanto, a sua perplexidade, pois António Costa “reconhece que o consenso que anunciou, há umas semanas, afinal era de fachada”.

De acordo com o vice-presidente do grupo parlamentar, “não se percebe como o ministro da Agricultura, há umas semanas, se tenha autoproclamado um novo D. Dinis e tenha dito que aprovou uma reforma da floresta ‘contra tudo e contra todos’ e agora o primeiro-ministro peça consensos. Vem agora pedir um consenso que não tem qualquer efeito prático numa altura em que as leis já foram promulgadas pelo Presidente da República e estão prestes a entrar em vigor”. Perguntou, por isso: “quer que as empresas e o setor façam o quê? Que se calem e batam palmas?

Segundo lembrou o deputado, o PSD não foi consultado “durante o processo de discussão dos diplomas – que durou uns escassos 21 dias”. “Chumbaram todas as nossas propostas que decorreram, essas sim, das audições às 46 entidades do setor”, disse. “Fizeram um acordo de governação à esquerda onde incluíram a reforma da floresta e nem ouviram decentemente o setor”, denunciou, acrescentando que “há toda uma comunidade florestal que não se revê ali”.

Reiterou que o “consenso tem que ser feito com as pessoas que vivem da floresta” e, neste sentido, o Executivo deve “dialogar mais com o setor, algo que não fez”. Recordou, ainda, que em audição conjunta ao setor da floresta “não houve consenso científico” quanto às propostas do Governo.