Presidente do PSD acusou maioria de se mover pelo fingimento, cinismo e calculismo

20 jul 2017

Pedro Passos Coelho anunciou esta quarta-feira, que o PSD ia apresentar um projeto de resolução para “obrigar o Parlamento a pronunciar-se sobre a renegociação dos empréstimos concedidos ao Fundo de Resolução a propósito do Novo Banco”.

Quando o Governo anunciou que iria proceder à renegociação, os social-democratas chamaram a atenção para o facto de tal ter uma consequência direta para os contribuintes. Tal como o líder do PSD relembrou, “nós avisámos que os portugueses iriam suportar em favor dos bancos uma quantia significativa que não fazia sentido repercutir sobre os contribuintes. Mas o Governo refugiou-se em desculpas”.

A bancada laranja pediu então à UTAO para fazer uma estimativa do custo desta operação, apesar das dificuldades impostas pela maioria para que tal acontecesse. Sabemos agora que custará no mínimo 600 milhões de euros, se não resvalar para o dobro. No entanto, “ainda não se ouviu uma palavra de explicação do Governo. Para eles, é fácil estar no Governo e passar o cheque quando não são os próprios a pagar, mas sim os outros. São os contribuintes que pagam”, custe o que custar, disse.

Com atrevimento, há quem mande passar o cheque e dizer que a culpa é do Governo anterior. Há quem entenda que isto representa a prova da genialidade política, mas é também mais do que isso. É mais do mesmo. Tivemos vários génios que mandaram passar o cheque até não haver dinheiro, e alguns que estão hoje no Governo fizera isso. Nas horas difíceis, ninguém os viu. Nós não subscrevemos esta maneira de estar, seja no Governo ou no Poder Local. Temos de ser transparentes e explicar ao que vamos e o que defendemos”, reiterou o líder da oposição.

O que atualmente se verifica é que sempre que alguma matéria incomoda o Governo é “posta de parte pela maioria. Com sorte, acaba por cair no esquecimento”, afirmou Pedro Passos Coelho. E esta maneira de estar tem de ser combatida. “As pessoas devem escolher alternativas que se percebam, não alternativas escondidas, para termos a certeza de que estamos a escolher o que tem relevância para o futuro, e não uma encenação em que se diz uma coisa e faz outra”, afirmou. 

 

Governo leva a cabo uma política de desinvestimento

Em Lisboa, o Presidente do PSD chamou a atenção para a política de desinvestimento levada a cabo pelo atual Executivo, referindo-se, por exemplo, ao que se observa no Turismo.

Nós não queremos que os turistas estejam três horas no aeroporto. Como é possível lidar com uma situação destas com um Governo que não investe em infraestruturas? Porque é que o Governo faz pressão para que o SEF agilize o seu trabalho, sabendo que tal não é possível sem por em causa a segurança se não houver um reforço da capacidade de serviço? O dispositivo tem de evoluir, não é o mesmo de há dez anos”, disse.

Durante a apresentação de candidatura de Teresa Leal Coelho à câmara da capital, Pedro Passos Coelho criticou o facto de “a cidade não se ter vindo a afirmar enquanto força política para tratar destes problemas junto do Governo. Sabemos que não é possível resolvê-los sem intervenção do Governo”.

A propósito da candidatura da vice-presidente do PSD a Lisboa, o líder social-democrata relembrou que quando a convidou para o “desafio, sabia que estava a convidar quem aceitaria a missão de corpo inteiro. A Teresa não está aqui para fazer provas, não está aqui por nada que não seja governar Lisboa. O seu cosmopolitismo, a abertura a ideias novas e ao mundo, a forma rápida como reage, são boas características, é muito genuína. Não é fingida para produzir um resultado. Tem ideias fortes, e não aterrou hoje em Lisboa mas está cá para ficar e governar Lisboa”.

Vivemos num tempo em que esta maioria opera pelo “fingimento, o cinismo e o calculismo na maneira de estar, com uma política pensada por quem lidera com a obsessão do curto prazo, com uma tomada de decisão por populismo. Mas estas características não nos movem. Somos uma lufada de ar fresco, que o País precisa e que Lisboa merece”.